sábado, 30 de agosto de 2014

Mês da BÍBLIA Dom Liro Vendelino Meurer - Bispo Diocesano




"Meu alimento é fazer a vontade de Deus... minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Jo 4,34; Lc 8,21). Essa palavra exige escuta, atenção, acolhida e vivência. "Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21).
Para ser verdadeiro discípulo missionário, é indispensável o conhecimento de Jesus Cristo que nos revelou o projeto do Pai. Não se ama o que não se conhece. Para sermos seguidores de Jesus Cristo, implica em descobrirmos a sua verdadeira mensagem. A Palavra de Deus nos leva ao fascínio e à opção por Jesus. O seguimento é um processo,conforme a iniciação cristã, que começa e dura a vida toda, perpassa tudo o que fazemos.
O Papa Francisco lembra que "toda a evangelização está fundada sobre a Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte de evange l i z a ç ã o " (EG, 174). Quem evangeliza precisa deixar-se evangelizar. A Palavra de Deus é o coração da atividade eclesial. "Ela é útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça" (2 Tim 3,16).
Somos chamados para a escuta. Estamos, de fato, motivados para "ter tempo" e "dar tempo" ao que é fundamental. Que o mês da Bíblia nos provoque sobre a necessidade de sermos assíduos ouvintes da Palavra, exercitemos a leitura orante e, desse modo, tenhamos familiaridade com a mensagem central das Sagradas Escrituras. Quando a palavra é acolhida, nós nos transformamos e assumimos melhor a missão de anunciar. O verdadeiro testemunho chama novos mensageiros.
Algumas indicações práticas são importantes para a valorização da escuta e prática da Palavra de Deus: não ter apenas a Bíblia, mas acostumar-se a usá-la, lê-la; estar atento quando se proclama a palavra na missa/culto e grupos; para estar em comunhão com os outros, fazer a leitura ou Evangelho do dia que constam geralmente em folhetos litúrgicos ou outras fontes.

http://www.diocesedesantoangelo.org.br/link.aspx?id=892



MÊS DA BÍBLIA 2014


“Ide, fazei discípulos e ensinai” 





MÊS DA BÍBLIA 2014
    Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus é o tema proposto para o Mês da Bíblia de 2014, partindo das prioridades do Projeto de Evangelização “O Brasil na missão continental” e os aspectos fundamentais do processo de discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão.
    O lema é “Ide, fazei discípulos e ensinai” (cf. Mt 28,19-20). Ele foi indicado pela Comissão Bíblico Catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com as Instituições Bíblicas, entre elas o Serviço de Animação Bíblica.










QUEM É O AUTOR DO EVANGELHO SEGUNDO MATEUS? 
   O Evangelho foi atribuído a Mateus, pela primeira vez, por um escritor cristão de nome Pápias, no II século E.C.. Pela tradição, Mateus era um publicano, foi um dos Doze Apóstolos (9,9; 10,3) e é identificado com o nome de Levi (Mc 2,14; Lc 5,27). Outros o consideram um escriba e o identificam com a frase presente em Mt 13,52. Porém, hoje sabemos que o Evangelho é fruto de um longo processo de redação e que foi atribuído a Mateus, por ser, certamente, uma pessoa importante para a comunidade.
   Apesar disso, podemos recolher algumas características do autor,  nas entrelinhas do evangelho. Provavelmente, tenha sido um judeo-cristão, pois conhecia os costumes, rituais e os métodos judaicos de interpretação dos textos; tem uma grande familiaridade o Antigo Testamento (1,23; 2,6.15.18; 13,14-15) e utiliza expressões próprias da cultura judaica (18,20). Apesar de seguir várias passagens do Evangelho segundo Marcos, o autor tem um estilo mais sóbrio eliminando detalhes secundários, frases difíceis, expressões repetidas e evita as referências às emoções ou que possam transparecer os limites de Jesus ou dos seus discípulos. Ele também ressalta o aspecto catequético dos milagres.
   O evangelho dirige-se, possivelmente, a uma comunidade proveniente do judaísmo, visto que os costumes judaicos não são explicados (15,2; 23,5), nem traduz as expressões aramaicas (5,22) e os temas escolhidos estão em sintonia com este contexto judaico, como: o Reino dos Céus, justiça, perfeição, entre outros.

QUANDO? ONDE FOI ESCRITO? COM QUAL FINALIDADE?
   
   O Evangelho segundo Mateus, provavelmente foi escrito entre os anos 80 a 90 E.C. Muitos estudiosos afirmam que o autor conhecia o Evangelho segundo Marcos e se serviu do mesmo para elaborar o seu texto. Quanto ao local no qual o evangelho foi escrito, existia uma primeira proposta de situá-lo na Palestina, baseada na hipótese de um original em hebraico ou aramaico do Evangelho, porém é uma hipótese que vem sendo fortemente questionada. A segunda hipótese, praticamente aceita, é de situá-lo na Síria, em Antioquia.
   O evangelho tem primeiramente a finalidade de demonstrar que Jesus é o Messias prometido pelos profetas e pelas promessas presentes no Antigo Testamento. Uma segundo objetivo é de fortalecer a fé cristã das comunidades, nesse momento marcado por conflitos, tensões e de crise para aquelas e aqueles cristãos, que ainda estavam estruturalmente ligados à comunidade judaica. 

ESTRUTURA DO EVANGELHO
   
   A primeira parte inicia com a genealogia de Jesus, o relato da sua infância, a pregação de João Batista, o Batismo e as Tentações (1,1-4,11).
   Na segunda parte, Jesus anuncia a finalidade da sua missão (4,12-16), o chamado e a missão dos quatro primeiros discípulos (4,18-25) e o “discurso da Montanha” (5-7).
   A terceira parte, capítulos 8-10, relata várias curas intercaladas com outras narrativas e discursos como: as exigências da vocação apostólica (8,18-22), a vocação de Mateus, a discussão sobre os motivos que levam Jesus a participar das refeições com os pecadores e a polêmica sobre o jejum (9,9-17) e a compaixão por ver uma multidão“ cansada e abatida como ovelhas sem pastor” (9,35-38). Conclui-se com o chamado “discurso missionário” (10).
   Entre as controvérsias sobre quem é Jesus, o autor revela a relação entre Jesus e o Pai (11,25-30), a opção pelos pequenos e sobre a verdadeira família de Jesus (12,46-50). Esta quarta parte é concluída com um discurso em forma de parábolas, tendo como tema o Reino dos Céus (13).
   A quinta parte (14-20) traz novamente relatos de milagres, as multiplicações dos pães e as controvérsias com os fariseus, saduceus e cobradores de impostos. Esta parte é marcada por uma relação mais estreita com os discípulos e é quando Jesus trata sobre o grande desafio que é viver em comunidade (18) e os perigos que impedem um verdadeiro seguimento de Jesus. Apresenta, ainda, os três anúncios da Paixão (16,21; 17,22-23; 20,17-19) e a profissão de fé de Pedro (16,13-20).
    Com a entrada de Jesus em Jerusalém inicia-se a sexta parte, marcada por conflitos entre Jesus, os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os movimentos religiosos da época. Há ainda dois discursos: um sobre o comportamento dos escribas e fariseus e o não acolhimento dos profetas enviados por Deus (23,37-38) e o outro sobre o fim dos tempos, chamado discurso escatológico, em forma de parábolas.
    A última ceia, paixão, morte e alguns relatos sobre a ressurreição, estão presentes na sétima parte, finalizando com o envio dos discípulos e a certeza da sua presença constante, até os fins dos tempos (26-28). 




HISTÓRICO DO MÊS DA BÍBLIA

Como nasceu o Mês da Bíblia?

O Mês da Bíblia surgiu em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi levado adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – Paulinas (SAB), até posteriormente ser assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estender-se ao âmbito nacional.

Objetivos

- Contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia, na ação evangelizadora da Igreja, no Brasil;
- Criar subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação;
- Facilitar o diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades.


http://www.paulinas.org.br/sab/?system=paginas&action=read&id=6385

sábado, 2 de agosto de 2014

10 conselhos do Papa Francisco para se ser feliz

O Papa Francisco deu uma entrevista à revista dominical do jornal argentino Clarín onde, de forma muito informal, dá alguns conselhos sobre como ser feliz. Eis como esse jornal sintetizou esses conselhos em dez “dicas”:
1 – Vive e deixa viver
“Os habitantes de Roma têm um ditado e podemos partir dele para explicar a fórmula que diz: ‘Vai em frente e deixe as pessoas vão também em frente’. Vive e deixar viver é o primeiro passo da paz e felicidade.”
2 – Dar-se aos outros
“Se alguém estagna, corre o risco de ser egoísta. E água estagnada é a primeira a apodrecer.”
3 – Move-te descansadamente
“No [romance] ‘Don Segundo Sombra’ há uma coisa muito bonita, de alguém que reinterpreta a sua vida. O protagonista. Diz que em jovem era um riacho que corria entre rochas e levava tudo à frente; em adulto era um rio que andava para a frente e que na velhice se sentia em movimento, mas lentamente, descansadamente. Eu utilizaria esta imagem do poeta e romancista Ricardo Guiraldes, este último adjetivo, descansadamente. É a capacidade de se mover, de viver, com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os anciãos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não cuida dos seus anciãos não tem futuro.”
4 – Brincar com as crianças
“O consumismo levou-nos à ansiedade de perder a saudável cultura do ócio, de apreciar a leitura, de desfrutar a arte. Agora faço poucas confissões, mas em Buenos Aires fazia muitas e, quando via uma mãe jovem, perguntava-lhe: Quantos filhos tens? Brincas com os teus filhos? E era uma pergunta com ue não contavam, mas eu dizia-lhes que brincar com as crianças é fundamental, é sinal de uma cultura saudável. É difícil, os pais vão para o trabalho muito cedo e voltam às vezes quando os filhos já estão a dormir. É difícil, mas há que fazê-lo.”
5 – Partilhar os domingos com a família
“No outro dia, em Campobasso, fui a uma reunião entre o mundo da Universidade e mundo do trabalho, e todos reivindicavam que o domingo não era dia de trabalho. O domingo é para a família.”
6 – Ajudar os jovens a conseguir um emprego
“Temos de ser criativos com este segmento da população. Se não têm oportunidades, são atraídos pela droga. É também muito alto o índice de suicídios entre os jovens desempregados. No outro dia li algures, mas não garanto porque não é um dado científico, que haverá 75 milhões de jovens com menos de 25 anos que estão desocupados. Não chega dar-lhes de comer, há que criar cursos de um ano de canalizador, de eletricista, de costureiro. A dignidade vem de podermos levar o pão para casa.”
7 – Cuidar da Natureza
Há que cuidar da criação e não estamos a fazê-lo. É um dos maiores desafios que temos pela frente.
8 – Esquecer depressa o que é negativo
A necessidade de falar mal de alguém é sinal de uma baixa auto-estima. É como se disséssemos: ‘sinto-me tão em baixo que, em vez de tentar recuperar, rebaixo o meu próximo’. Esquecer-se depressa do que é negativo é muito mais saudável.”
9 – Respeitar quem pensa de forma diferente
Podemos desinquietar o outro com o nosso testemunho para que ambos possamos evoluir com esse diálogo, mas o pior que podemos fazer é o proselitismo religioso, pois ele paralisa: Eu dialogo contigo para te convencer. Isso não. Cada um dialoga a partir da sua identidade. A Igreja cresce pela sua capacidade de atração, não por proselitismo.”
10 – Procurar ativamente a paz
“Estamos a viver uma época com muitas guerras. Em África parecem guerras tribais, mas são mais do que isso. A guerra destrói. E temos de gritar bem alto o clamor pela paz. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é quietude, é sempre uma paz ativa.”
Veja aqui o vídeo da conversa com o Papa Francisco.


Fonte: http://observador.pt/2014/07/29/papa-francisco-da-10-conselhos-para-felicidade/

A revolução na Igreja não é só das mulheres, mas de todos os leigos



Em uma entrevista concedida a Zenit, Flaminia Giovanelli, subsecretária do Conselho Pontifício Justiça e Paz, nomeação feita pelo Papa, fala sobre o papel das mulheres na Igreja, como os tempos estão mudando, e enfatiza que tanto o papa atual como o Papa emérito trabalharam ativamente para que o papel da mulher na Igreja avançasse.

Nascida em Roma, Giovanelli trabalhou para o Pontifício Conselho Justiça e Paz desde 1974. Graduada em Ciências Políticas pela Universidade de Roma e com diplomas em bibliotecologia e estudos religiosos, diz que seu trabalho não é um cheque, mas sim uma vocação. Por outro lado, revela os desafios que encontra e a sabedoria que compartilharia com qualquer mulher que queira servir dentro da Cúria.
ZENIT: Você poderia descrever sua posição atual?
- Giovanelli: Sim. Eu sou a subsecretária do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Costumo dizer que sou uma espécie de decano deste escritório, quase um fixo no Vaticano, em certo sentido, já que estou aqui há 39 anos, um período muito longo. Tive a oportunidade de oferecer este serviço interessante neste dicastério.
ZENIT: Poderia explicar como foi a sua nomeação?
- Giovanelli: Bem, eu não sei por que, mas chegou por várias circunstâncias diferentes. O fato de que seja a única mulher leiga nesta posição de subsecretária no Vaticano, de certa forma, aconteceu por casualidade "providencial". Então, às vezes, pode ser um pouco estranho, mas de qualquer maneira, os tempos estão mudando. Uma das razões para a minha nomeação era que eu estava trabalhando lá por muitos anos. No ano passado, o presidente, o cardeal Martino, aposentou, e o secretário, que trabalhou aqui por 10 anos, foi nomeado arcebispo de Trieste. Assim, a minha nomeação foi, talvez, também devido a uma questão de continuidade.
ZENIT: Na sua opinião, quais são os maiores desafios que lhe surgiram como mulher?
- Giovanelli: Sim, é preciso esclarecer que não estou sozinha, porque temos muitas mulheres que trabalham no nosso escritório e no Vaticano em geral. Mas, claro, em certo sentido, é preciso ser discreto e fazer o melhor para avançar a sua formação como um membro de um corpo eclesiástico.
ZENIT: Você acha que para as mulheres no Vaticano ou na Igreja, há esperanças de subir ou avançar? Qual é a sua opinião?
- Giovanelli: Tenho visto muitas mudanças desde o início, desde quando comecei, não só para as mulheres, mas também para os leigos. Então, lembro que há muitos anos, não tinha leigos que representassem a Santa Sé, ou visíveis nas reuniões, por exemplo. É evidente que houve uma grande mudança. Acho que tem sido uma espécie de evolução e um sinal dos tempos.
ZENIT: Você acha que o Papa Francisco está mudando o papel das mulheres na Igreja?
- Giovanelli: Vamos ver! Muitas vezes O papa Francisco lembrou a importância da mulher na Igreja, no Evangelho, etc. Ele fez algumas declarações muito importantes. Mas também tínhamos ouvido grandes declarações sobre as mulheres na Igreja do Papa Bento XVI.
Em todo caso, já vimos alguns eventos muito importantes que o Santo Padre fez a uma série de comitês do Vaticano e congregações. Por exemplo, alguns exemplos notáveis ​​incluem a nomeação em 2013 da professora Mary Ann Glendon, da Universidade de Harvard - que tinha sido a presidente da Academia Pontifícia das Ciências Sociais - como membro do Conselho do Instituto para as Obras de Religião (IOR); as quatro mulheres que foram recentemente nomeadas como membros da Pontifícia Comissão para a Protecção de Menores; e Leticia Soberón, que já serviu no Vaticano e agora é uma expert da Comissão recentemente instituída sobre os Meios de Comunicação do Vaticano.
ZENIT: Você mencionou que o Papa Bento XVI também avançou no papel das mulheres no Vaticano ou na Igreja. Pode explicar-nos algum esforço ou contribuição que tenha feito nesse sentido?
- Giovanelli: O primeiro que me vem à mente é como colocou a ênfase em suas audiências semanais das quartas-feiras. Lembro-me de uma série de audiências dedicadas às santas, para ser mais específica, lembro-me de uma audiência que ele dedicou a Santa Hildegarda de Bingen, por quem tinha uma devoção incrível. Ao lembrar esta grande santa medieval, reconheceu as contribuições científicas e culturais das mulheres na Igreja.

http://www.zenit.org/pt/articles/a-revolucao-na-igreja-nao-e-so-das-mulheres-mas-de-todos-os-leigos


Temos uma participação extraordinária dos leigos na Igreja. Mulheres e homens que ajudam na construção do Reino da verdade e da graça, do amor e da paz, que assumem serviços e ministérios e que tornam a Igreja consoladora, samaritana, profética, serviçal, maternal. Todo o Povo de Deus, leigos e leigas, vida consagrada, diáconos, presbíteros e bispos, caminhando para a realização da plenitude do Reino.
O texto que apresentamos busca retomar e aprofundar a participação dos leigos e das leigas na Igreja. Uma Comissão preparou um texto que foi refletido e aprofundado durante a 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil – CNBB. Esse texto recebeu a aprovação para ser um texto de estudo.