domingo, 2 de novembro de 2014

O amor abre as portas da esperança, não a letra da lei 


O amor abre as portas da esperança, não a letra da lei – esta a principal mensagem do Papa Francisco na homilia da Missa em Santa Marta na sexta-feira dia 31 de outubro.
O Santo Padre desenvolveu a ideia de que os cristãos que ficam tão presos à lei esquecem-se da justiça. Partindo do Evangelho do dia em que Jesus pergunta aos fariseus se é lícito ou não curar aos sábados, o Papa Francisco refere que eles não respondem e Jesus tomou o doente pela mão e curou-o. Diante da verdade os fariseus calam-se – afirmou o Santo Padre que considerou ainda que estas pessoas viviam tão presas à lei que negavam a ajuda mesmo aos pais idosos, com a desculpa de terem dado tudo em doação ao Templo:
“Este caminho de viver presos à lei afastava-os do amor e da justiça. Preocupavam-se com a lei e ignoravam a justiça e o amor. E para essas pessoas, Jesus só tinha uma única palavra: hipócritas. De um lado, vão em busca de prosélitos. E depois? Fecham a porta. Homens de fechamento, tão presos à letra da lei, mas não à lei, que é amor; e sempre fechavam as portas da esperança, do amor, da salvação... Homens que sabiam somente fechar”.
“O caminho para ser fiéis à lei, sem ignorar a justiça e o amor” – prosseguiu o Papa citando a Carta de São Paulo aos Filipenses –, “é o caminho inverso: o do amor à integridade; do amor ao discernimento; do amor à lei”:
“Este é o caminho que nos ensina Jesus, totalmente oposto ao dos doutores da lei. E este caminho do amor à justiça leva a Deus. Ao invés, o outro caminho, de ficar presos somente à lei, à letra da lei, leva ao fechamento, ao egoísmo. O caminho que vai do amor ao conhecimento e ao discernimento, à plena realização, leva à santidade, à salvação, ao encontro com Jesus. Ao invés, este caminho leva ao egoísmo, à soberba de sentir-se justos, àquela santidade entre aspas das aparências, não? Jesus diz a essas pessoas: ‘Mas vocês gostam de se mostrar como homens de oração, de jejum... mostrar-se…!? E por isso Jesus diz à pessoas: ‘Façam aquilo que dizem, não aquilo que fazem’”.
Com pequenos gestos, Jesus faz-nos compreender o caminho do amor ao pleno conhecimento e ao discernimento. Ele pega-nos pela mão e cura-nos:
“Jesus aproxima-se: a proximidade é justamente a prova de que nós vamos no verdadeiro caminho. Porque é o caminho que Deus escolheu para nos salvar: a proximidade. Aproximou-se de nós, fez-se homem. A carne de Deus é o sinal; é o sinal da verdadeira justiça. Deus que se fez homem como um de nós, e nós que nos devemos fazer como os outros, como os necessitados, como os que precisam da nossa ajuda”. 

Fonte:http://www.news.va/pt/news/o-amor-abre-as-portas-da-esperanca-nao-a-letra-da

sábado, 4 de outubro de 2014

Íntegra da Carta do Papa Francisco às Famílias


Queridas famílias,

Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um acontecimento que vai realizar-se, como é sabido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata-se da Assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema «Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização». Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família.

Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro, que participam ativamente, na sua preparação, com sugestões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimônio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a esta Assembleia sinodal extraordinária, seguir-se-á – um ano depois – a Assembleia ordinária, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através destes acontecimentos, um verdadeiro caminho de discernimento e adote os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios atuais com a luz e a força que provêm do Evangelho.

Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo. O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas – Simeão e Ana –, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente «visto» a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.


Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.



Vaticano, 2 de Fevereiro – festa da Apresentação do Senhor – de 2014.



FRANCISCUS

Idosos, experientes de Deus

Em sua homilia, o convite do Santo Padre a deixar-se guiar pela sabedoria da velhice

Aconteceu uma Santa Missa dedicada ao grande tema de uma renovada aliança entre as gerações, a celebrada no dia 28 de setembro, durante o Encontro do Papa Francisco com os avós e idosos. O Pontífice, durante a homilia, se referiu explicitamente – identificando-o como um modo para que todos possam seguir ainda hoje – ao episódio evangélico de quando a jovem Maria vai visitar sua prima idosa Isabel, no sexto mês a espera de um filho.
 
“Nós pensamos que a Virgem Maria, estando na casa de Isabel, ouviu ela e o marido Zacarias rezar com as palavras do salmo responsorial de hoje:” Tu és, meu Senhor, a minha esperança, e a minha confiança, desde a juventude. (…) Não me rejeites no tempo da velhice, não me abandones, quando já não tiver forças. (…) Agora, na velhice e de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que anuncie a esta geração o teu poder, e às gerações futuras, a tua força "(Sl 71, 05.09.18)." O Santo Padre destacou a importância que teve para Maria o testemunho de fé do casal de idosos, que certamente enriqueceu a sua mente jovem. Isabel e Zacarias, de fato, "não eram experientes em maternidade e paternidade, porque também para eles era a primeira gravidez, mas eles eram experientes na fé, experientes de Deus, experientes daquela esperança que vem dEle: é disto que o mundo precisa, em qualquer momento. Maria soube escutar aqueles pais idosos e cheio de admiração, fez tesouro da sua sabedoria, e esta foi inestimável para ela no seu caminho como mulher, esposa e mãe."
No final do Angelus, então, depois de agradecer aos idosos que vieram de todo o mundo, o Papa Francisco mencionou o próximo importante evento eclesial, o Sínodo Extraordinário sobre a família (05-19 de outubro), convidando todos a rezar pelo seu sucesso e para o referente principal da Assembleia, o secretário-geral do Sínodo: "no próximo domingo terá início a Assembleia Sinodal sobre o tema da família. Está aqui presente o principal responsável, o cardeal Baldisseri: Rezem por ele. Convido a todos, indivíduos e comunidades, para rezar por este importante evento e confio esta intenção à intercessão de Maria, Salus Populi Romani ".
 
 

Ícone do Encontro Mundial das Famílias

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Representando a Sagrada Família de Nazaré, junto com os avós de Jesus, no último domingo, 7, foi apresentado pelo Arcebispo de Filadélfia, Dom Charles Chaput, o ícone oficial do Encontro Mundial das Famílias, evento que se realizará entre os dias 22 e 27 de setembro de 2015 na Filadélfia (Estados Unidos). O lema do encontro será “O amor é nossa Missão: a família plenamente viva”. Junto ao ícone, o Arcebispo também deu a conhecer a oração oficial do encontro.
“Com seu enfoque em enriquecer e revigorar a vida espiritual das famílias -tanto católicas como não católicas por igual-, estou esperançoso de que esta oração e esta imagem podem ajudar para que todos nós examinemos nossos pensamentos e corações, e aprofundemos nossas relações com Deus e nossas famílias em formas significativas”, disse Dom Chaput durante a homilia da Missa que presidiu no último domingo na Basílica Catedral de São Pedro e São Paulo, onde permanecerá o ícone.
A imagem, de 1,2 metros de largura por 1,5 metros de altura, é obra de Neilson Carlin, procedente de Kennet Square, PA, a Arquidiocese de Filadélfia lhe encarregou de realizar o quadro para o Encontro Mundial. O artista deu um particular protagonismo aos avós de Jesus, os Santos Joaquim e Ana, ao incluir uma cena deles em sua obra.
“Me sinto muito honrado pela oportunidade de utilizar meus talentos para servir a Igreja, meus companheiros católicos e este evento mundial (…) Inspirado no tema ‘O amor é nossa missão’, é minha sincera esperança que esta imagem seja fonte de oração e contemplação que cative a pessoas de todos os credos, e em última instância os faça sentir mais próximas e conectadas com suas próprias famílias”, expressou Carlin.
Por sua vez, a oração final do evento é um convite a colocar a confiança em Deus e a pedir a Ele para que ajude as famílias do mundo a viver em fidelidade com o Evangelho. A oração, com a qual se busca também preparar este acontecimento, está disponível em 18 idiomas -entre eles o polonês, o ltuano, o criolo haitiano, o swahili, o tángalo, o urdu, etc- na página web do Encontro Mundial das Famílias. Também está incluído um vídeo com a oração em língua de sinais para as pessoas com deficiência auditiva.
Tanto o ícone como a oração serão apresentados ao Pontifício Conselho da Família e ao Santo Padre na próxima visita que realizar o Arcebispo de Filadélfia a Roma.
O Encontro Mundial das Famílias é uma iniciativa que promove a cada três anos o Conselho Pontifício para a Família, sendo a maior reunião católica de todo o mundo, com o objetivo de fortalecer os vínculos sagrados das famílias em torno de um tema específico.
O grande promotor deste evento foi São João Paulo II que incentivou o primeiro encontro que se celebrou em Roma em 1994, quando ocorria o Ano Internacional da Família. Desde então, e a cada três anos, as famílias estão convidadas a compartilhar seus pensamentos, dialogar, orar e trabalhar juntos para crescer na vida familiar e a luz dos ensinamentos do Evangelho.
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sábado, 30 de agosto de 2014

Mês da BÍBLIA Dom Liro Vendelino Meurer - Bispo Diocesano




"Meu alimento é fazer a vontade de Deus... minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Jo 4,34; Lc 8,21). Essa palavra exige escuta, atenção, acolhida e vivência. "Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21).
Para ser verdadeiro discípulo missionário, é indispensável o conhecimento de Jesus Cristo que nos revelou o projeto do Pai. Não se ama o que não se conhece. Para sermos seguidores de Jesus Cristo, implica em descobrirmos a sua verdadeira mensagem. A Palavra de Deus nos leva ao fascínio e à opção por Jesus. O seguimento é um processo,conforme a iniciação cristã, que começa e dura a vida toda, perpassa tudo o que fazemos.
O Papa Francisco lembra que "toda a evangelização está fundada sobre a Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte de evange l i z a ç ã o " (EG, 174). Quem evangeliza precisa deixar-se evangelizar. A Palavra de Deus é o coração da atividade eclesial. "Ela é útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça" (2 Tim 3,16).
Somos chamados para a escuta. Estamos, de fato, motivados para "ter tempo" e "dar tempo" ao que é fundamental. Que o mês da Bíblia nos provoque sobre a necessidade de sermos assíduos ouvintes da Palavra, exercitemos a leitura orante e, desse modo, tenhamos familiaridade com a mensagem central das Sagradas Escrituras. Quando a palavra é acolhida, nós nos transformamos e assumimos melhor a missão de anunciar. O verdadeiro testemunho chama novos mensageiros.
Algumas indicações práticas são importantes para a valorização da escuta e prática da Palavra de Deus: não ter apenas a Bíblia, mas acostumar-se a usá-la, lê-la; estar atento quando se proclama a palavra na missa/culto e grupos; para estar em comunhão com os outros, fazer a leitura ou Evangelho do dia que constam geralmente em folhetos litúrgicos ou outras fontes.

http://www.diocesedesantoangelo.org.br/link.aspx?id=892



MÊS DA BÍBLIA 2014


“Ide, fazei discípulos e ensinai” 





MÊS DA BÍBLIA 2014
    Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus é o tema proposto para o Mês da Bíblia de 2014, partindo das prioridades do Projeto de Evangelização “O Brasil na missão continental” e os aspectos fundamentais do processo de discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão.
    O lema é “Ide, fazei discípulos e ensinai” (cf. Mt 28,19-20). Ele foi indicado pela Comissão Bíblico Catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com as Instituições Bíblicas, entre elas o Serviço de Animação Bíblica.










QUEM É O AUTOR DO EVANGELHO SEGUNDO MATEUS? 
   O Evangelho foi atribuído a Mateus, pela primeira vez, por um escritor cristão de nome Pápias, no II século E.C.. Pela tradição, Mateus era um publicano, foi um dos Doze Apóstolos (9,9; 10,3) e é identificado com o nome de Levi (Mc 2,14; Lc 5,27). Outros o consideram um escriba e o identificam com a frase presente em Mt 13,52. Porém, hoje sabemos que o Evangelho é fruto de um longo processo de redação e que foi atribuído a Mateus, por ser, certamente, uma pessoa importante para a comunidade.
   Apesar disso, podemos recolher algumas características do autor,  nas entrelinhas do evangelho. Provavelmente, tenha sido um judeo-cristão, pois conhecia os costumes, rituais e os métodos judaicos de interpretação dos textos; tem uma grande familiaridade o Antigo Testamento (1,23; 2,6.15.18; 13,14-15) e utiliza expressões próprias da cultura judaica (18,20). Apesar de seguir várias passagens do Evangelho segundo Marcos, o autor tem um estilo mais sóbrio eliminando detalhes secundários, frases difíceis, expressões repetidas e evita as referências às emoções ou que possam transparecer os limites de Jesus ou dos seus discípulos. Ele também ressalta o aspecto catequético dos milagres.
   O evangelho dirige-se, possivelmente, a uma comunidade proveniente do judaísmo, visto que os costumes judaicos não são explicados (15,2; 23,5), nem traduz as expressões aramaicas (5,22) e os temas escolhidos estão em sintonia com este contexto judaico, como: o Reino dos Céus, justiça, perfeição, entre outros.

QUANDO? ONDE FOI ESCRITO? COM QUAL FINALIDADE?
   
   O Evangelho segundo Mateus, provavelmente foi escrito entre os anos 80 a 90 E.C. Muitos estudiosos afirmam que o autor conhecia o Evangelho segundo Marcos e se serviu do mesmo para elaborar o seu texto. Quanto ao local no qual o evangelho foi escrito, existia uma primeira proposta de situá-lo na Palestina, baseada na hipótese de um original em hebraico ou aramaico do Evangelho, porém é uma hipótese que vem sendo fortemente questionada. A segunda hipótese, praticamente aceita, é de situá-lo na Síria, em Antioquia.
   O evangelho tem primeiramente a finalidade de demonstrar que Jesus é o Messias prometido pelos profetas e pelas promessas presentes no Antigo Testamento. Uma segundo objetivo é de fortalecer a fé cristã das comunidades, nesse momento marcado por conflitos, tensões e de crise para aquelas e aqueles cristãos, que ainda estavam estruturalmente ligados à comunidade judaica. 

ESTRUTURA DO EVANGELHO
   
   A primeira parte inicia com a genealogia de Jesus, o relato da sua infância, a pregação de João Batista, o Batismo e as Tentações (1,1-4,11).
   Na segunda parte, Jesus anuncia a finalidade da sua missão (4,12-16), o chamado e a missão dos quatro primeiros discípulos (4,18-25) e o “discurso da Montanha” (5-7).
   A terceira parte, capítulos 8-10, relata várias curas intercaladas com outras narrativas e discursos como: as exigências da vocação apostólica (8,18-22), a vocação de Mateus, a discussão sobre os motivos que levam Jesus a participar das refeições com os pecadores e a polêmica sobre o jejum (9,9-17) e a compaixão por ver uma multidão“ cansada e abatida como ovelhas sem pastor” (9,35-38). Conclui-se com o chamado “discurso missionário” (10).
   Entre as controvérsias sobre quem é Jesus, o autor revela a relação entre Jesus e o Pai (11,25-30), a opção pelos pequenos e sobre a verdadeira família de Jesus (12,46-50). Esta quarta parte é concluída com um discurso em forma de parábolas, tendo como tema o Reino dos Céus (13).
   A quinta parte (14-20) traz novamente relatos de milagres, as multiplicações dos pães e as controvérsias com os fariseus, saduceus e cobradores de impostos. Esta parte é marcada por uma relação mais estreita com os discípulos e é quando Jesus trata sobre o grande desafio que é viver em comunidade (18) e os perigos que impedem um verdadeiro seguimento de Jesus. Apresenta, ainda, os três anúncios da Paixão (16,21; 17,22-23; 20,17-19) e a profissão de fé de Pedro (16,13-20).
    Com a entrada de Jesus em Jerusalém inicia-se a sexta parte, marcada por conflitos entre Jesus, os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os movimentos religiosos da época. Há ainda dois discursos: um sobre o comportamento dos escribas e fariseus e o não acolhimento dos profetas enviados por Deus (23,37-38) e o outro sobre o fim dos tempos, chamado discurso escatológico, em forma de parábolas.
    A última ceia, paixão, morte e alguns relatos sobre a ressurreição, estão presentes na sétima parte, finalizando com o envio dos discípulos e a certeza da sua presença constante, até os fins dos tempos (26-28). 




HISTÓRICO DO MÊS DA BÍBLIA

Como nasceu o Mês da Bíblia?

O Mês da Bíblia surgiu em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi levado adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – Paulinas (SAB), até posteriormente ser assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estender-se ao âmbito nacional.

Objetivos

- Contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia, na ação evangelizadora da Igreja, no Brasil;
- Criar subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação;
- Facilitar o diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades.


http://www.paulinas.org.br/sab/?system=paginas&action=read&id=6385

sábado, 2 de agosto de 2014

10 conselhos do Papa Francisco para se ser feliz

O Papa Francisco deu uma entrevista à revista dominical do jornal argentino Clarín onde, de forma muito informal, dá alguns conselhos sobre como ser feliz. Eis como esse jornal sintetizou esses conselhos em dez “dicas”:
1 – Vive e deixa viver
“Os habitantes de Roma têm um ditado e podemos partir dele para explicar a fórmula que diz: ‘Vai em frente e deixe as pessoas vão também em frente’. Vive e deixar viver é o primeiro passo da paz e felicidade.”
2 – Dar-se aos outros
“Se alguém estagna, corre o risco de ser egoísta. E água estagnada é a primeira a apodrecer.”
3 – Move-te descansadamente
“No [romance] ‘Don Segundo Sombra’ há uma coisa muito bonita, de alguém que reinterpreta a sua vida. O protagonista. Diz que em jovem era um riacho que corria entre rochas e levava tudo à frente; em adulto era um rio que andava para a frente e que na velhice se sentia em movimento, mas lentamente, descansadamente. Eu utilizaria esta imagem do poeta e romancista Ricardo Guiraldes, este último adjetivo, descansadamente. É a capacidade de se mover, de viver, com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os anciãos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não cuida dos seus anciãos não tem futuro.”
4 – Brincar com as crianças
“O consumismo levou-nos à ansiedade de perder a saudável cultura do ócio, de apreciar a leitura, de desfrutar a arte. Agora faço poucas confissões, mas em Buenos Aires fazia muitas e, quando via uma mãe jovem, perguntava-lhe: Quantos filhos tens? Brincas com os teus filhos? E era uma pergunta com ue não contavam, mas eu dizia-lhes que brincar com as crianças é fundamental, é sinal de uma cultura saudável. É difícil, os pais vão para o trabalho muito cedo e voltam às vezes quando os filhos já estão a dormir. É difícil, mas há que fazê-lo.”
5 – Partilhar os domingos com a família
“No outro dia, em Campobasso, fui a uma reunião entre o mundo da Universidade e mundo do trabalho, e todos reivindicavam que o domingo não era dia de trabalho. O domingo é para a família.”
6 – Ajudar os jovens a conseguir um emprego
“Temos de ser criativos com este segmento da população. Se não têm oportunidades, são atraídos pela droga. É também muito alto o índice de suicídios entre os jovens desempregados. No outro dia li algures, mas não garanto porque não é um dado científico, que haverá 75 milhões de jovens com menos de 25 anos que estão desocupados. Não chega dar-lhes de comer, há que criar cursos de um ano de canalizador, de eletricista, de costureiro. A dignidade vem de podermos levar o pão para casa.”
7 – Cuidar da Natureza
Há que cuidar da criação e não estamos a fazê-lo. É um dos maiores desafios que temos pela frente.
8 – Esquecer depressa o que é negativo
A necessidade de falar mal de alguém é sinal de uma baixa auto-estima. É como se disséssemos: ‘sinto-me tão em baixo que, em vez de tentar recuperar, rebaixo o meu próximo’. Esquecer-se depressa do que é negativo é muito mais saudável.”
9 – Respeitar quem pensa de forma diferente
Podemos desinquietar o outro com o nosso testemunho para que ambos possamos evoluir com esse diálogo, mas o pior que podemos fazer é o proselitismo religioso, pois ele paralisa: Eu dialogo contigo para te convencer. Isso não. Cada um dialoga a partir da sua identidade. A Igreja cresce pela sua capacidade de atração, não por proselitismo.”
10 – Procurar ativamente a paz
“Estamos a viver uma época com muitas guerras. Em África parecem guerras tribais, mas são mais do que isso. A guerra destrói. E temos de gritar bem alto o clamor pela paz. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é quietude, é sempre uma paz ativa.”
Veja aqui o vídeo da conversa com o Papa Francisco.


Fonte: http://observador.pt/2014/07/29/papa-francisco-da-10-conselhos-para-felicidade/